terça-feira, 28 de outubro de 2014

6º A e B - 13ª postagem roteiro de estudo - Unidade 6: A Civilização Grega - 27/10/14

UNIDADE 6: A CIVILIZAÇÃO GREGA (pág. 158)

Analisar o infográfico da pág. 158 e 159

Tema 1: A origem da civilização grega

A Grécia atual

Hoje a Grécia é um país europeu localizado ao sul da Península Balcânica e a língua falada deriva do antigo grego.

Grécia, um território favorecido pelo mar

A Grécia antiga atingia um território bem maior do que a Grécia atual. Era dividida em três partes: Grécia continental, Grécia peninsular e Grécia insular. Ver mapa pág. 160.
Os gregos ocuparam também o sul da Itália, chamado por eles de Magna Grécia, além da França, Portugal, Espanha, entre outros territórios.

A cultura cretense ou minoica

Antes dos gregos, existiram sociedades organizadas politicamente, como as da ilha de Creta (2000 a.C.), onde os reis residiam em luxuosos palácios, sendo que na cidade de Cnossos localizava-se o palácio mais importante.
Até hoje a escrita do povo cretense não foi decifrada e, embora não se saiba a origem desse povo, os pesquisadores têm a certeza de que não eram gregos. Foram dominados por volta de 1450 a.C. pelos aqueus, povo indo-europeu.

A sociedade micênica

Na Grécia peninsular os aqueus fundaram uma importante cidade chamada Micenas. Foram eles que atacaram a cidade de Tróia, no séc. XIII a.C., segundo relato do poema Ilíada, de Homero.
Por volta de 1200 a.C. os dórios chegaram em Creta e na Grécia peninsular, enquanto os jônios e os eólios ocuparam a Grécia continental. Foram esses povos que deram origem aos gregos.

Do genos à cidade-Estado

O genos era formado por uma grande família aristocrática (possuidora de terras), seus dependentes, escravos ou trabalhadores livres, além de toda a propriedade. Acreditavam que descendiam de um mesmo antepassado.
O chefe do genos mais importante era o rei da comunidade, que governava ajudado por uma assembleia de guerreiros, dando origem à cidade-Estado ou pólis. (VIII e VII a.C.)

A cidade-Estado grega

Também chamada de pólis, a cidade-Estado grega era formada por cidadãos que se autogovernavam, ou seja, reuniam-se para discutir e decidir sobre as questões da comunidade. No início eram considerados cidadãos apenas os aristocratas, mas com o tempo, o direito de participar das decisões se estendeu a outros grupos sociais.

A expansão colonial grega

A falta de terras cultiváveis levou muitas pessoas a se endividarem, tornando-se escravos por dívidas. A procura por terras férteis levou os gregos a fundar colônias em outras regiões, como na Itália (Magna Grécia), além de outras regiões do Mar Mediterrâneo, Mar Egeu e Mar Negro (ver mapa da pág. 163) de onde comercializavam com as cidades-mães (tecidos, vinho, azeite, ânfora, trigo, ferro, cobre, etc).

Ver quadro da pág. 163 (A origem da moeda)
                                                        
 Tema 2: A vida política na Grécia

Ler o quadro “O ostracismo” (pág. 164)
Ostracismo: exílio (expulsão) de pessoas que ameaçavam a democracia ateniense, por um período de 10 anos.

A Atenas aristocrática

Atenas é a cidade mais conhecida da Grécia antiga, isto porque é sobre ela que temos mais informações, encontradas em textos e vestígios arqueológicos.

A implantação da democracia

Com a colonização, muitos gregos enriqueceram graças ao comércio e passaram a exigir maior participação política.
No séc. VI a.C. o aristocrata Sólon elaborou um código de leis que proibia a escravidão por dívidas e garantia a participação de pessoas pobres na ekklésia (assembleia popular). Além disso, foi criada a boulé, conselho de 500 pessoas escolhida pela ekklésia, que elaborava as leis para serem votadas.
No séc. V a.C. (440 a.C.), o aristocrata Péricles tomou as seguintes medidas:
·         Instituição de pagamento para aqueles que exercessem funções públicas.
·         Incentivo às atividades econômicas e culturais.
·         Reconstrução da acrópole, destruída pelos persas.
Por tais iniciativas e outras tantas, esse período em que Atenas foi comandada por Péricles, ficou conhecido como “O século de Péricles”.

A sociedade ateniense

Em Atenas a democracia era restritiva, ou seja, limitada, já que somente os homens adultos, filhos de pais atenienses, podiam votar nas assembleias e se candidatar ao cargo de magistrado.
Os estrangeiros (chamados de metecos), mulheres e escravos não eram considerados cidadãos, portanto, não participavam das decisões políticas.

A oligarquia espartana

Bem diferentes dos atenienses, os espartanos eram governados por um conselho formado por anciãos das famílias ricas. Esse conselho era chamado “gerúsia”. Esse é um tipo de governo oligárquico, ou seja, governo exercido por uma minoria.

O domínio dos esparciatas

A sociedade espartana era composta pelos:
Esparciatas: descendentes dos dórios possuíam direitos políticos e eram donos das melhores terras.
Periecos: eram homens livres, dedicavam-se ao comércio, ao artesanato e eram donos de pequenas propriedades.
Hilotas: eram servos que trabalhavam para o Estado e para os cidadãos espartanos, ficando com uma pequena parte do que produziam.

Ver “De olho no presente”, pág. 166
Responder as questões no caderno.

Tema 3: A conquista macedônica

O domínio ateniense

Após a vitória contra os persas, os gregos formaram a Liga de Delos, que era a união das cidades gregas lideradas por Atenas, com o objetivo de expulsar os persas do mar Egeu.
Cada cidade fornecia homens, navios ou dinheiro para a liga, para que os atenienses construíssem uma grande frota de navios.
O governante Péricles, no entanto, usou parte do dinheiro para reconstruir Atenas, que havia sido destruída na guerra contra os persas.
A Guerra do Peloponeso

O poder dos atenienses acabou sendo questionado pelos espartanos que lideraram várias cidades e declararam guerra aos atenienses. Foi a chamada Guerra do Peloponeso, em que Esparta saiu vitoriosa.
Trinta anos mais tarde foi a vez de Esparta ser derrotada pelos tebanos.

A vitória macedônica

Enfraquecidas pelas guerras internas, as cidades gregas acabaram sendo dominadas pelos macedônios, povo que vivia ao norte da Grécia. Assim, as cidades da Grécia se juntaram à Liga de Corinto, dominada pelos macedônios, cujo objetivo era atacar o Império Persa.

O império de Alexandre

Os gregos eram conhecidos como “helenos” e após a dominação macedônica, a cultura grega foi difundida por esse povo, que dominou também a Síria, a Palestina, o Egito, a Mesopotâmia, a Pérsia e parte da Índia.
Alexandre, o Grande, era rei dos macedônios e foi o responsável pelo “helenismo”, ou seja, a junção da cultura grega com as culturas do Oriente. Fundou, também, uma importante cidade no Egito, chamada de Alexandria, onde existiu a maior biblioteca da antiguidade.

Tarefa: pág. 170 e 171.

Tema 4: A vida cotidiana na Grécia antiga

A cidade de ATENAS

A cidade de Atenas possuía dois importantes locais onde os atenienses se reuniam:
·         A ágora: praça, mercado e local das assembleias.
·         A acrópole: centro religioso localizado na parte mais alta da cidade. Servia também como proteção em caso de invasão.

As atividades econômicas

Os atenienses se dedicavam ao artesanato (cerâmica, armas, tecidos, etc.) e comércio, praticado principalmente pelos metecos e escravos. Na zona rural, os atenienses cultivavam uva e azeite e importavam o trigo de suas colônias.

A educação ateniense

As meninas aprendiam os serviços da casa, eram analfabetas e casavam-se cedo, por volta dos 15 anos, com um noivo escolhido pelo pai.
Já os meninos de famílias ricas sabiam ler e escrever, aprendiam poemas e tocavam pelo menos um instrumento musical. Eram educados por um escravo, chamado de pedagogo. Tornavam-se cidadãos depois de completarem 22 anos.


ESPARTA, uma pólis guerreira

A educação espartana era muito rígida, por isso o exército espartano era considerado o mais poderoso da Grécia.
A criança que nascesse com defeito era lançada em um precipício. Se fosse saudável, ficaria sob os cuidados da mãe. Após os sete anos, os meninos eram separados de sua família e iam viver em quarteis, onde aprendiam as atividades militares, sendo submetidos à dor, à fome e ao frio, como um recurso para se fortalecer.
Somente depois de passarem por um ritual de passagem, ou seja, testes militares, os jovens eram considerados aptos para a guerra.

 Tema 5: Mito e religião na Grécia

A mitologia grega

Mitologia é um conjunto de narrativas que tratam de deuses e heróis. Para os gregos, os mitos procuravam explicar a origem do mundo.
Os deuses gregos assemelhavam-se aos humanos, pois tinham reações típicas dos seres humanos, ou seja, sentiam amor, raiva, ciúme, inveja, etc. A diferença entre os deuses e os homens era a imortalidade, pois os deuses não morriam.

Deuses e heróis

Os gregos acreditavam que os deuses moravam no Monte Olimpo, o mais alto da Grécia. O deus mais importante era Zeus, deus do trovão. Ele era casado com Hera, deusa do casamento e protetora das mulheres.
Os outros deuses eram Poseidon, irmão de Zeus e senhor dos mares; Apolo, deus da música; Hefesto, deus do fogo; Atena, deusa da sabedoria; Hermes, deus mensageiro; Héstia, deusa dos lares; Deméter, deusa da fertilidade; Afrodite, deusa do amor; Ares; deus da guerra e Ártemis, deusa caçadora.
Havia, ainda, semideuses, ou seja, filhos de deuses com humanos. Embora fossem mortais, os semideuses tinham alguns poderes sobre-humanos, por isso, eram considerados heróis.

Homens e deuses

O culto aos deuses era celebrado do lado de fora dos templos, onde se fazia oferendas a um deus. Costumavam sacrificar animais e oferecer frutos em troca de proteção.
Acreditavam que podiam se comunicar com os deuses através de sonhos e oráculos, ou seja, sacerdotes que usavam a adivinhação para dar conselhos às pessoas.

Deuses protetores das cidades

Em determinadas épocas do ano os gregos realizavam festivais em homenagem aos deuses. Nessas ocasiões faziam procissões pelas ruas da cidade, levando objetos e oferendas ao deus homenageado, além de realizarem atividades esportivas com caráter religioso.

Tema 6: A arte grega

Os deuses inspiram a arte

Através da arte, seja na literatura, arquitetura, escultura ou pintura, os gregos utilizavam heróis e deuses para expressar seus valores, procurando sempre o belo e harmonioso.

A arquitetura

Cada cidade-Estado grega possuía o seu deus protetor e em homenagem a ele, construíam templos revestidos com mármore branco, com proporções exatas e harmoniosas. Ver gravura na pág. 176

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A pintura

Observar os vasos da pág. 177, em que utilizavam duas técnicas para retratar o cotidiano: a figura negra e a figura vermelha.

O teatro

O teatro foi uma invenção dos gregos, que o utilizavam para homenagear o deus Dionísio.
Utilizavam a tragédia para levar o espectador a refletir sobre os problemas da vida ou a comédia para ridicularizar a própria sociedade.
Apenas o homem podia atuar e os atores usavam máscaras para representar diferentes papéis, inclusive os femininos.

A poesia

As epopeias narravam, em estilo poético, os feitos grandiosos de heróis míticos misturados a acontecimentos reais.
Os poemas mais conhecidos são a Ilíada e a Odisseia, atribuídos a Homero.

Tema 7: A filosofia grega

Para além do pensamento mítico

A filosofia (amor à sabedoria) também nasceu na Grécia. Na tentativa de conhecer a natureza e explicar o universo, os gregos tentavam responder as questões de forma racional, diferente das explicações dadas pelos mitos.
Sócrates e Platão foram dois dos mais importantes filósofos gregos.

Ver quadro na pág. 179 “O desenvolvimento das ciências”

Tarefa: pág. 182



quarta-feira, 8 de outubro de 2014

8º A e B - 16ª postagem roteiro de estudo - Unidade 6: A Independência do Brasil e o Primeiro Reinado - 08/10/14

UNIDADE 6: A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL E O PRIMEIRO REINADO

Tema 1: O Brasil sob as regras do pacto colonial

Como colônia de Portugal, o Brasil tinha que submeter-se às regras comerciais daquele país. Chamadas de Pacto Colonial Português, as regras eram rígidas: o Brasil só podia comprar produtos de Portugal e só podia vender para comerciantes portugueses, ou seja, existia um monopólio comercial entre Brasil e Portugal.
A fiscalização portuguesa se fazia presente, principalmente na região das minas, com relação à extração de ouro e diamantes.
Na metade do séc. XVIII, Portugal vivenciava uma crise econômica e dependia da Inglaterra, de compra comprava os produtos manufaturados.
Para o ministro de Estado dos Negócios da Marinha, o Marquês de Pombal, Portugal deveria cada vez mais beneficiar-se da exploração de sua colônia americana, o Brasil.
Assim, adotou as seguintes medidas:
·         Cobrança de, no mínimo, 100 arrobas anuais de ouro, o equivalente a +ou- 1500 kg.
·         Criação de companhias de comércio que detinham o monopólio comercial com a colônia.
·         Transferência da capital de Salvador para o Rio de Janeiro.
No período pombalino houve o aumento da produção agrícola e de pecuária e enriquecimento da produtores rurais.
Criou-se, também, a Real Mesa Censória, órgão de censura de livros e a proibição da língua tupi, permanecendo apenas o idioma português.
Mesmo assim, a crise do domínio colonial cada vez mais se acentuava com o aumento do contrabando de produtos estrangeiros, principalmente ingleses.
Em 1785, a rainha D. Maria I, proibiu as manufaturas de tecido no Brasil, mandando fechar as que já existiam.

Tema 2: A crise do antigo sistema colonial

O ouro na região das minas estava se esgotando e o pagamento de impostos começou a atrasar. O governo português, no entanto, suspeitava de sonegação e contrabando.
Em 1788, o governador de Minas Gerais, Antonio Furtado de Mendonça, visconde de Barbacena, foi encarregado de investigar o contrabando na região e exigir a cobrança dos impostos atrasados. Essa cobrança era chamada de “derrama”.

A Conjuração Mineira

Membros da elite econômica e cultural da região passaram a se reunir em Vila Rica, com o objetivo de planejar um movimento contra o domínio colonial. Ao que tudo indica, não havia intenção de libertar escravos e estender a independência para toda a América portuguesa.
Os conspiradores pretendiam proclamar uma república em Minas Gerais, fundar uma universidade em Vila Rica, desenvolver manufaturas (têxteis e siderurgia), além de não pagar as dívidas com a Fazenda Real.
A intenção dos conspiradores era proceder a um levante no dia da derrama, mas foram denunciados por um deles, chamado Joaquim Silvério dos Reis, em troca do perdão de suas dívidas.
Todos os conspiradores foram presos, entre eles o alferes Joaquim José da Silva Xavier, conhecido como Tiradentes.
Durante dois anos ocorreu o processo onde os réus eram acusados de inconfidência, o que significa “falta de fidelidade ao rei”.
Muitos deles livraram-se das acusações, outros foram exilados e somente Tiradentes foi condenado à morte, enforcado e esquartejado. Ver gravura pág. 153

A Conjuração Baiana

Em 1790 a Bahia ampliou o cultivo da cana-de-açúcar e reduziu as plantações de gêneros alimentícios, provocando a alta dos preços e fome entre a população.
Nesse contexto, reuniram-se pequenos comerciantes, soldados, artesãos, alfaiates, negros libertos, mulatos e escravos, além de alguns poucos homens brancos mais ricos, num movimento revolucionário.
Delatados, foram presos e quatro líderes foram condenados à morte, em 1799.

Tema 3: O Brasil se torna sede do Reino de Portugal

A vinda da família real para o Brasil

Com a desobediência ao Bloqueio Continental decretado por Napoleão, o governo português viu-se ameaçado com a invasão de Portugal pelas tropas francesas.
A estratégia foi a transferência da corte para o Brasil. Assim, em novembro de 1807, a família real e mais dez mil pessoas aproximadamente embarcaram no porto de Belém, em Lisboa, escoltados pela esquadra inglesa. Junto vieram jóias, louças, mapas, arquivos oficiais e moedas.
Em janeiro de 1808 D. João, príncipe regente de Portugal chegou em Salvador, antiga capital da Colônia. Logo em seguida assinou o decreto de abertura dos portos brasileiros ao comércio com as nações amigas. Dois anos depois D. João assinou o Tratado de Comércio e Navegação, privilegiando a Inglaterra com tarifas menores em seus produtos.

De colônia a Reino Unido

De Salvador, o navio de D.João partiu para o Rio de Janeiro, onde a família real foi recebida com festas. Começava, no Brasil, uma nova fase política, econômica e cultural, que culminou com a independência em 1822.
Em 1815, o Brasil tornou-se Reino Unido a Portugal e Algarves, deixando de ser uma colônia.

Inovações na cidade da corte

As principais criações de D. João nesse período foram:
1808 – Imprensa Régia, Banco do Brasil e Jardim Botânico
1810 – Real Biblioteca
1813 – Real Teatro de São João
Em 1816 chegaram ao Brasil diversos pintores franceses (Taunay e Debret) e cientistas austríacos.

A interiorização da metrópole

Ao transferir o eixo econômico de Portugal para o Brasil, iniciou-se um período de divergências internas entre o Nordeste e o Centro-Sul, principal área econômica do reino.

Tarefa: pág. 158
Ler o texto “D.João VI: rei de Portugal e do Brasil” para entender porque D.João, príncipe regente, passou a ser D.João VI, rei de Portugal e do Brasil, em 1816.

Tema 4: A independência do Brasil
Uma rebelião no Nordeste

Assim como na região de Minas Gerais, o Nordeste também enfrentou uma grave crise econômica em função do declínio do comércio do açúcar e do descontentamento com os portugueses que controlavam a economia brasileira.
Em 1817, uniram-se padres, artesãos, militares, juízes, proprietários de terras, entre outros grupos, e proclamaram a república em Recife, abrangendo a Paraíba, Rio Grande do Norte e Alagoas.
O movimento, conhecido como Revolução Pernambucana, foi duramente reprimido pelo governo do Rio de Janeiro com a prisão e condenação à morte dos líderes.

A volta de D.João VI a Portugal

Portugal vivia uma grave crise econômica e política em 1820. Depois de expulsar os franceses, os portugueses se rebelaram exigindo a volta de D.João VI e a elaboração de uma Constituição liberal para o país. Foi a chamada Revolução Liberal.
Pretendiam, também, recolonizar o Brasil, restringindo a liberdade comercial conseguida após a abertura dos portos às nações amigas.
Pressionado, D.João VI retornou a Portugal, mas deixou no Brasil seu filho D.Pedro como príncipe regente.

D. Pedro e as elites

Para a maior parte da elite brasileira, na maioria proprietários de terras, seria conveniente uma monarquia dual, ou seja, D.João VI governaria Portugal e D.Pedro seria o governante do Brasil, garantindo que não houvesse uma mobilização pela independência e as liberdades conquistadas desde 1808 continuassem.
Porém, a Corte Portuguesa não aceitou essa ideia e exigiu o retorno de D. Pedro a Portugal, que não aceitou essa imposição e, no dia 09 de janeiro de 1822, decidiu permanecer no Brasil. Essa decisão ficou conhecida como o “Dia do Fico”. Frase atribuída a D.Pedro: “Se for para o bem de todos e felicidade geral da Nação, digo ao povo que fico.”
A partir daí, a pressão portuguesa aumentou, até que a corte reduziu o poder de D.Pedro no Brasil.
A receber a mensagem de Portugal, no dia 07 de setembro de 1822, D.Pedro estava a caminho de São Paulo. Resolveu, então, romper com Portugal e proclamar a independência do Brasil.
Transformou o Brasil num país monárquico, em que ele seria o imperador.
Na época, o fato só foi comemorado por parte da aristocracia rural, pois a maioria da população nem ao menos ficou sabendo da decisão de D.Pedro. Apenas em 1826, quatro anos depois, é que a data começou a ser celebrada.
Detalhe importante: mesmo após a independência, o Brasil continuou a ser uma nação escravista.

Tema 5: O Primeiro Reinado (1822 a 1831)

Nem todas as províncias acataram a decisão de D.Pedro I. Houve confronto no Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Bahia e na Província Cisplatina (atual Uruguai).
Muitas pessoas morreram em vários episódios de resistência e as tropas de D.Pedro I, ajudadas pelo exército inglês, levou a melhor. Isso significa que nossa independência não foi pacífica, como a historiografia tradicional afirmava.

O reconhecimento internacional

Em 1824 os Estados Unidos reconheceram a independência do Brasil e, em 1824, Portugal assinou o Tratado de Paz e Aliança em que o Brasil se comprometia a indenizar a antiga metrópole com a quantia de dois milhões de libras esterlinas, elevada quantia para a época, valor esse que Portugal devia para a Inglaterra.
Assim, Portugal reconheceu o Brasil como um Estado independente. Logo depois, a Inglaterra, a França, a Áustria e outros países também reconheceram a independência do Brasil.

A Assembleia Constituinte de 1823

Após a independência foi convocada uma assembleia com o objetivo de elaborar a Constituição do Brasil.
No entanto, o grupo dos constituintes dividiu-se em partidários e adversários do imperador. Os partidários pretendiam a centralização do poder, mas os adversários não concordavam e queriam um poder limitado para o imperador.
Com essas divergências, D. Pedro I resolveu dissolver (encerrar) a Assembleia (nov./1823) na chamada Noite da Agonia.

A Constituição de 1824

Após a dissolução da Assembleia, D. Pedro I mandou providenciar uma constituição para o Brasil, que foi outorgada (cedida) por ele em 1824.
Essa constituição que, na verdade, foi imposta aos brasileiros, centralizava o poder nas mãos do Imperador através do Poder Moderador, que estava acima do Legislativo, Executivo e do Judiciário, ou seja, o Imperador podia intervir nos três poderes.
Principais resoluções:
·         Manutenção do direito de propriedade, escravos e bens.
·         Catolicismo como religião oficial.
·         Voto indireto e censitário.

A Confederação do Equador

Foi um movimento em represália ao governo pela centralização do poder, concedida ao Imperador pela Constituição de 1824.
Lideranças de Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará e Paraíba se uniram com a intenção de formar uma república independente, mas foram violentamente reprimidos com prisão e condenação à morte de nove deles, inclusive o Frei Caneca, que foi morto a tiros, após o carrasco se recusar a executá-lo na forca.

Tema 6: O fim do Primeiro Reinado

A crise na Província Cisplatina

Durante o governo de D. João VI, o atual Uruguai foi anexado ao Brasil com o nome de Província Cisplatina. No governo de D. Pedro I, rebeldes da Província romperam com o Brasil e criaram a República do Uruguai.
Como em toda guerra, ambos os lados tiveram perdas humanas e financeiras.

 A crise política

O governo de D.Pedro I não ia bem, pois os políticos brasileiros não viam com bons olhos sua aproximação com o Partido Português, desconfiando que havia uma intenção do imperador de recolonizar o Brasil.
Em março de 1831, D. Pedro I foi hostilizado em uma viagem que fez a Minas Gerais. Ao retornar ao Rio de Janeiro, os portugueses promoveram uma festa para recepcioná-lo, que terminou num confronto com os brasileiros nas ruas da cidade. Esse confronto durou três dias e ficou conhecido como a Noite das Garrafadas.

A abdicação de D. Pedro I

As manifestações de protesto continuaram e no dia 07 de abril de 1831, D. Pedro I abdicou do trono do Brasil e retornou a Portugal, deixando a Coroa para seu filho, o brasileiro Pedro de Alcântara, na ocasião com 5 anos de idade.
Esse ato significou a ruptura definitiva do Brasil com Portugal.

Ler o texto “Um problema”, pág. 167.
Observar a cronologia do processo de independência (pág.166 e 167)

Tarefa: pág. 168 (1 a 4)


Curiosidades:

Nome completo de D. Pedro I :
Pedro de Alcântara Francisco António João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon.
Nome completo de D. Pedro II:
Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Bragança e Habsburgo.


Transcrição da carta de despedida de D. Pedro I para seu filho Pedro de Alcântara, na ocasião com 5 anos de idade. Observem que a carta foi escrita a bordo da Nau (navio) Warspite, quando ele navegava de volta para Portugal, após sua abdicação, em 07/04/1831. O jovem Pedro de Alcântara nunca mais viu seu pai, que faleceu em sua cidade natal Queluz/Portugal, em 24 de setembro de 1834, aos 36 anos de idade.

 “Meu querido filho, e meu imperador. Muito lhe agradeço a carta que me escreveu, eu mal a pude ler porque as lágrimas eram tantas que me impediam a ver; agora que me acho, apesar de tudo, um pouco mais descansado, faço esta para lhe agradecer a sua, e para certificar-lhe que enquanto vida tiver as saudades jamais se extinguirão em meu dilacerado coração. Deixar filhos, pátria e amigos, não pode haver maior sacrifício; mas levar a honra ilibada, não pode haver maior glória. Lembre-se sempre de seu pai, ame a sua e a minha pátria, siga os conselhos que lhe derem aqueles que cuidarem na sua educação, e conte que o mundo o há de admirar, e que me hei de encher de ufania por ter um filho digno da pátria. Eu me retiro para a Europa: assim é necessário para que o Brasil sossegue, o que Deus permita, e possa para o futuro chegar àquele grau de prosperidade de que é capaz. Adeus, meu amado filho, receba a benção de seu pai que se retira saudoso e sem mais esperanças de o ver.”

D. Pedro de Alcântara
Bordo da Nau Warspite, 12 de abril de 1831


8º A e B - 15ª postagem roteiro de estudo - Unidade 5: A Era de Napoleão e a Independência da América Espanhola

UNIDADE 5: A ERA DE NAPOLEÃO E A INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA ESPANHOLA

Introdução:

Napoleão foi um grande estrategista militar, tornou-se general aos 25 anos, chefe de Estado aos 30 (cônsul) e imperador de grande parte da Europa aos 40.
Amado por muitos e combatido por outros, foi acusado como invasor de territórios e déspota bastante autoritário (ditador).

Tema 1: Napoleão Bonaparte no poder

A crise do Diretório

Depois que os girondinos assumiram o poder na França revolucionária, não houve avanço para resolver a questão da crise econômica que empobrecia cada vez mais a população. Além disso, havia muita disputa política para tomar o poder e, consequentemente, a França estava sob a ameaça de um golpe de Estado, correndo o risco dos jacobinos ou os monarquistas voltarem ao poder.

Napoleão chega ao poder

Nessa época, o jovem general Napoleão Bonaparte que estava em campanha no Egito, foi chamado e, aclamado pela população, assumiu o governo da França em 18 Brumário (9 de novembro) de 1799.
Seus primeiros atos foram:
·         Aprovação de nova Constituição
·         Extinção do Diretório
·         Instauração do Consulado (órgão executivo, composto por três cônsules, o primeiro deles, o próprio Napoleão).

França: autoritarismo e recuperação econômica

Napoleão governou a França durante dezesseis anos. Tornou-se imperador em menos de cinco anos de governo, através de um plebiscito (consulta popular). 
Nesse período, os princípios iluministas republicanos e os que limitavam o poder do governante foram ignorados. Além disso, acabou com as liberdades individuais e políticas e procedeu a uma rigorosa censura com relação à imprensa.
Prometendo tornar a França uma grande potência mundial, buscou a conciliação nacional, atendendo os diversos grupos sociais: à população mais pobre destinou a reforma agrária, assim como apoiou a prosperidade da burguesia.
Recuperou as finanças do país criando o Banco da França, que financiava a agricultura e a indústria, reorganizou os impostos, construiu estradas e pontes, além de melhorar os serviços de correios e telégrafos.

A legislação napoleônica

Napoleão concluiu a reforma jurídica na França, que já havia sido iniciada durante a revolução. Assim, além do Código Comercial e Código Penal que já estavam em andamento, ele organizou o Código Civil Napoleônico, que regulava as questões civis da população (direito à propriedade, igualdade perante a lei, etc.).
Ver gravuras nas pág. 124 e 125. Uma delas retrata a coroação da imperatriz Josefina, em que Napoleão retira das mãos do papa a coroa e ele mesmo procede ao ato, numa demonstração de que seu poder estaria, a partir dali, desvinculado da Igreja.

Tema 2: O Império Napoleônico

As conquistas de Napoleão na Europa

Enquanto fazia reformas no país, Napoleão tratou de assinar acordo de paz com a Inglaterra (1802), porém, logo depois (1803) a Inglaterra uniu-se à Áustria, Prússia e Rússia e declararam guerra à França.
Napoleão, no entanto, conseguiu derrotar todos eles, com exceção da Inglaterra. Na tentativa de enfraquecer esse país, Napoleão decretou o Bloqueio Continental, que consistia em proibir os países da Europa de comercializar com a Inglaterra, sob pena de terem seus territórios invadidos pelas tropas francesas.

Rússia, o começo do fim

Apesar do Bloqueio Continental, Portugal, que era dependente do comércio com a Inglaterra, não aderiu ao bloqueio, tendo seu território invadido pelas tropas francesas em 1808.
A Rússia também rompeu o bloqueio e em 1812, seu território começou a ser invadido por Napoleão. A estratégia da Rússia foi abandonar as cidades, não sem antes destruir a agricultura, os pastos, as casas, antes que as tropas chegassem.
Ao chegar a Moscou, os franceses encontraram a cidade incendiada e tiveram que retornar, enfraquecidos e perseguidos pelos russos. Além disso, o frio intenso aniquilou as tropas francesas, retornando à França, dos 600 mil soldados, menos de 60 mil que conseguiram sobreviver, cansados, doentes, famintos.

O Governo dos Cem Dias

Derrotado também politicamente, Napoleão abdicou em 1814 e foi exilado na ilha de Elba (Mar Mediterrâneo) e a França retomou a monarquia com Luís XVIII.
Com a população insatisfeita com esse retrocesso, Napoleão voltou e retomou o poder por apenas 100 dias, pois foi derrotado na guerra contra a Rússia, Áustria, Prússia e Inglaterra, em 1815.
Novamente foi exilado, desta vez na Ilha de Santa Helena (Oceano Atlântico), onde morreu em 1821.

O Congresso de Viena

Após a derrota da França, a Áustria, Prússia, Inglaterra e Rússia reuniram-se no Congresso de Viena, numa tentativa de redefinir o novo mapa de Europa, já que grande parte do território havia sido conquistado por Napoleão.
Tentaram também se unir criando a Santa Aliança (pacto militar) que iria impedir novas revoluções na Europa.
Assim, a França perdeu os territórios conquistados e retomou a monarquia, mas a Europa nunca mais foi a mesma depois da Revolução Francesa, já que esta influenciou novos movimentos liberais e nacionalistas, inclusive nas colônias americanas.

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Tema 3: Os americanos lutam por liberdade

Na América começam a surgir movimentos emancipacionistas que visavam acabar com a exploração colonial.
Nos domínios espanhóis, divididos em quatro vice-reinados e quatro capitanias gerais, a base da economia era a mineração, a agricultura e a pecuária.
O grupo dominante era formado pelos espanhóis, chamados de chapetones, e seus descendentes, os criollos. Os grupos dominados eram compostos pelos mestiços, pelos índios e escravos africanos.
Descontentes com a administração espanhola os criollos lideraram um conflito contra o governo da Espanha.
Aos poucos, foram conseguindo a independência das províncias.
O venezuelano, Simón Bolívar, líder dos combatentes, conseguiu a independência da Grã-Colômbia, da Colômbia, do Equador, Panamá e da Venezuela. Seu desejo era ver a América unida, mas não viu seu sonho ser realizado, pois as divergências internas criaram diferentes países na América espanhola.

Tema 4: México livre

O movimento de independência do México teve uma participação mais popular. O padre Miguel de Hidalgo liderou indígenas, mestiços e trabalhadores pobres contra a dominação espanhola. Mesmo depois de capturado e fuzilado, o ideal de Hidalgo continuou através de novos momentos contra a dominação e a opressão do povo, que foi duramente reprimido pelo governo espanhol.
No início dos anos 1820, os criollos, temendo novos levantes populares, declararam a independência do México.

Com relação à independência de Cuba, o movimento de independência dividiu-se entre dois grupos:
·         Autonomistas: defendiam a plena autonomia de Cuba após a independência.
·         Anexionistas: pretendiam que Cuba se unisse aos Estados Unidos, com quem mantinha vínculo comercial intenso.
No conflito contra a Espanha, os Estados Unidos interviram e a Espanha, vencida, aceitou a independência de Cuba em 1898.
Em 1902, os Estados Unidos aprovaram uma emenda constitucional chamada Emenda Platt, que dava ao país o direito de intervir em Cuba sempre que os seus interesses estivessem ameaçados.
Assim, Cuba viu-se independente da Espanha e sob a dominação norte-americana.

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